Após desempenho abaixo do esperado, Colton Herta está mais distante de vaga na Cadillac na Fórmula 1

Equipe americada pode estar passando por uma mudança de postura que esfriam planos de ver um piloto americano no grid da F1 em 2026

A tão aguardada entrada da Cadillac na Fórmula 1, prevista para a temporada de 2026, pode não contar com o nome que muitos esperavam ver ao lado do projeto desde seu nascimento: Colton Herta. Segundo o portal Formula Racer, o piloto norte-americano de 25 anos, destaque da IndyCar e figura recorrente nas discussões sobre um representante do Estados Unidos na F1, começa a ver suas chances diminuírem diante de uma nova estratégia adotada pela equipe.

Quando o projeto da Cadillac ainda estava sob forte influência da Andretti Global, Herta era visto como a escolha natural para ocupar um dos assentos. Na opinião da gerencia da Andretti, Herta é visto como jovem, talentoso e carismático, ele representando o elo perfeito entre o sonho americano e a realidade da Fórmula 1. Porém, o tempo passou, a abordagem da equipe amadureceu e, aos poucos, o que era praticamente uma certeza se transformou em dúvida — e agora, em improvável.

O maior problema de Herta atualmente é a performance. Na temporada 2025 da IndyCar, o piloto ocupa apenas a nona colocação no campeonato, o que está longe do ideal para quem deseja alçar voos internacionais. Para ingressar na F1, é necessário atingir 40 pontos na superlicença da FIA, e a posição atual de Herta pode comprometer essa possibilidade.

Além disso, o rendimento abaixo do esperado levanta questionamentos dentro da própria Cadillac. Fontes próximas ao time indicam que a equipe está cada vez menos inclinada a fazer concessões com base apenas na nacionalidade dos candidatos. A prioridade agora é montar um line-up competitivo desde o início.

“Especialmente quando se está começando, é preciso pensar no time antes de tudo. Queremos escolher com base no mérito”, afirmou Mario Andretti, um dos principais conselheiros do projeto, em entrevista à Fox Sports. “A ideia ideal seria ter um americano no time, claro. Mas se isso não for possível logo de início, esperaremos.”

Com o foco da Cadillac voltado para pilotos mais experientes, nomes de peso surgem na disputa pelas vagas. Sergio Pérez, ex-Red Bull, é visto como um dos principais alvos. O mexicano combina expeciencia com forte apelo comercial na América Latina — um mercado de interesse para a GM. Outro nome em alta é o de Valtteri Bottas, que tem mantido conversas discretas nos bastidores e poderia trazer estabilidade e conhecimento técnico à equipe.

Zhou Guanyu, da China, também aparece na lista de preferidos. Com apoio institucional e um potencial de marketing bilionário, o piloto da Sauber é um trunfo comercial difícil de ignorar. Todos esses candidatos contam com o diferencial da experiência prévia na Fórmula 1, algo que Herta ainda não possui.

Entre os nomes que correm por fora está o brasileiro Felipe Drugovich, campeão da Fórmula 2 em 2022. Apesar de ainda não ter tido sua chance como titular na F1, Drugovich segue em contato com diversas equipes e já admitiu conversas com a Cadillac. Seu nome agrada especialmente pela combinação de conhecimento da categoria devido há três anos como reserva da Aston Martin e também por ter corrida pela marca da GM nas 24h de Le Mans.

O distanciamento entre Herta e a Fórmula 1 traz à memória o caso da Haas, equipe americana que entrou na F1 em 2016. Na época, também se esperava que um piloto dos Estados Unidos estivesse entre os escolhidos, mas a opção foi por nomes com maior rodagem no grid europeu. Até hoje, a Haas nunca colocou um americano em um de seus carros.

A Cadillac, ao que tudo indica, deve seguir caminho semelhante. Embora a presença de um piloto dos EUA tenha enorme valor simbólico e comercial, a prioridade da equipe no momento é conquistar credibilidade esportiva na categoria. E isso, segundo os dirigentes, só será possível com nomes de peso no cockpit.

Colton Herta ainda não está completamente fora da disputa. Uma reviravolta em sua temporada na IndyCar — com vitórias e desempenho de destaque — poderia reabrir portas. Além disso, sua idade e histórico promissor ainda fazem dele uma peça interessante para o futuro. No entanto, com a aproximação do início dos testes e negociações mais avançadas com outros pilotos, o tempo corre contra o americano.

FOTO: Andretti/Reprodução

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