Projeto inclui circuito permanente em Kigali e busca trazer corridas de volta ao continente africano, com apoio de Lewis Hamilton e lideranças do automobilismo global
Ruanda apresentou oficialmente sua candidatura para sediar um Grande Prêmio de Fórmula 1, com um circuito permanente projetado pelo ex-piloto Alexander Wurz. O anúncio foi feito pouco antes da Gala de Prêmios da FIA, em dezembro de 2024, na capital Kigali. O projeto visa impulsionar o turismo, promover sustentabilidade e reafirmar a África como um destino global para o automobilismo.
O presidente de Ruanda declarou que o país está preparado para abraçar a oportunidade de sediar uma corrida de Fórmula 1, destacando o comprometimento do governo em aliar a iniciativa aos valores de inovação e sustentabilidade. O circuito será construído em uma região montanhosa próxima ao Aeroporto de Bugesera, com um traçado fluido que atravessa áreas florestais e contorna um lago. Este projeto é parte de um plano maior para posicionar o país como um hub esportivo global e um destino turístico de ponta.
“Abordamos esta oportunidade com a seriedade e o compromisso que ela merece. Agradeço a Stefano Domenicali e à equipe da Fórmula 1 pelo progresso nas discussões até agora”, afirmou o presidente de Ruanda. Mohammed Ben Sulayem, presidente da FIA, também elogiou o país pelo avanço significativo na área de automobilismo e destacou os valores compartilhados em termos de inovação, segurança e sustentabilidade. “A presença da FIA em Kigali para a Gala de Prêmios reflete nossa confiança na região e nas suas capacidades”, completou.
Alexander Wurz, responsável pelo projeto, destacou que o circuito foi concebido para integrar a beleza natural da região e proporcionar um desafio técnico aos pilotos. Ele ressaltou que o traçado incorpora soluções inovadoras de sustentabilidade, como o uso de materiais locais e sistemas de energia renovável. Wurz também está por trás do projeto do circuito de Qiddiya, na Arábia Saudita, que deve receber corridas de Fórmula 1 nos próximos anos.
A candidatura conta com o apoio de Lewis Hamilton, que tem sido um defensor ferrenho da inclusão do continente africano no calendário da Fórmula 1. “100%. Não podemos adicionar corridas em outros locais e continuar ignorando a África. Um Grande Prêmio mostraria como o continente é incrível, vasto e belo, além de trazer turismo e outros benefícios”, declarou o piloto britânico. Ele também mencionou que a realização de um evento dessa magnitude poderia inspirar jovens africanos a se envolverem com o esporte.
A construção do circuito em Kigali é vista como parte de um movimento maior para expandir o alcance da Fórmula 1 a mercados não tradicionais. Stefano Domenicali, CEO da Fórmula 1, já havia sinalizado interesse em um retorno à África, mencionando que o continente possui um “mercado significativo e subexplorado”. Segundo ele, trazer a F1 para Ruanda é mais do que uma questão esportiva; é um passo em direção à diversificação do alcance global do esporte e à inclusão de culturas e regiões que merecem maior visibilidade.
Além do impacto esportivo, a candidatura também está alinhada aos objetivos de desenvolvimento do governo de Ruanda. O projeto promete criar milhares de empregos durante sua execução, fomentar o turismo e incentivar investimentos estrangeiros. A localização do circuito, próxima ao Aeroporto de Bugesera, também facilitará o acesso internacional, aumentando ainda mais o apelo do evento.
Se bem-sucedida, a candidatura de Ruanda se tornará histórica como o primeiro Grande Prêmio no continente desde o GP da África do Sul em 1993. Para além do impacto no esporte, o evento é visto como um catalisador para investimentos em infraestrutura e turismo na região. O sucesso desse projeto pode abrir caminho para outros países africanos explorarem oportunidades semelhantes, consolidando o continente como um player relevante no cenário global do automobilismo.
FOTO: FIA/Reprodução
