Ferrari e Cadillac selam parceria estratégica para a Fórmula 1 a partir de 2026

Montadora americana estreará na categoria máxima do automobilismo com suporte técnico da Ferrari e ambição de independência no futuro

A Ferrari anunciou uma parceria técnica com a GM/Cadillac, fornecendo motores e caixas de câmbio para a entrada da equipe americana na Fórmula 1 em 2026. O acordo, válido até 2028, é visto como estratégico tanto para o crescimento da categoria nos Estados Unidos quanto para o avanço técnico de ambas as marcas.

A Fórmula 1 será palco de uma das colaborações mais significativas do automobilismo em 2026, com a estreia da GM/Cadillac, que contará com o suporte técnico da Ferrari em sua entrada na categoria. A parceria prevê o fornecimento de motores e caixas de câmbio pela montadora italiana até 2028, enquanto a GM, em colaboração com a Andretti, trabalha para desenvolver sua própria unidade de potência para o futuro.

O anúncio foi feito pela Ferrari em comunicado oficial, enfatizando o impacto positivo da parceria. “É ótimo ver o comprometimento de outra equipe americana, apoiada por uma das marcas mais respeitadas do setor automobilístico, em um momento em que a Fórmula 1 está crescendo em popularidade nos Estados Unidos. Estamos muito satisfeitos em fornecer nossa unidade de potência e caixa de câmbio como base dessa colaboração técnica”, afirmou Frédéric Vasseur, chefe da escuderia italiana.

A decisão de utilizar motores Ferrari reflete a estratégia da GM/Cadillac em garantir competitividade em sua estreia, ao mesmo tempo que impulsiona o desenvolvimento técnico da marca. Para Mario Andretti, diretor da equipe e figura histórica do automobilismo, a escolha foi natural. “A vontade da equipe era mesmo utilizar as unidades de potência da Ferrari. Nenhuma outra equipe foi considerada”, declarou.

A entrada da GM/Cadillac na Fórmula 1 foi confirmada apenas em novembro de 2024, após um processo marcado por resistência inicial por parte de outras equipes e autoridades da categoria. A parceria entre Cadillac e Andretti, anunciada em 2023, enfrentou rejeição por questões comerciais e logísticas, com equipes alegando que a inclusão de mais uma concorrente poderia diluir os lucros no grid.

Entretanto, mudanças estratégicas e a crescente popularidade da Fórmula 1 nos Estados Unidos, impulsionada por corridas em locais como Miami, Austin e Las Vegas, foram decisivas para a aprovação do projeto. A GM, maior montadora americana, viu na categoria uma oportunidade única para expandir sua presença global e fortalecer a marca Cadillac como sinônimo de performance.

Com a entrada oficial confirmada, mudanças de gestão ocorreram no projeto. Michael Andretti, inicialmente à frente da iniciativa, deixou o comando em setembro de 2024. Em seu lugar, Mario Andretti, campeão mundial de Fórmula 1 em 1978, assumiu como diretor, trazendo sua vasta experiência para liderar a equipe nos bastidores.

Além de utilizar motores Ferrari, o chassi da equipe será projetado pela Andretti em colaboração com a GM. A sinergia entre as empresas busca alinhar tecnologia de ponta e inovação para competir em um grid cada vez mais exigente.

A escolha de pilotos também é uma prioridade. A equipe planeja contar com um norte-americano para capitalizar no mercado doméstico e atrair ainda mais fãs para a categoria. Colton Herta, estrela da Fórmula Indy e nome respeitado no automobilismo dos Estados Unidos, surge como forte candidato. Além disso, a GM/Cadillac quer um piloto experiente para equilibrar o time e garantir estabilidade na temporada de estreia.

Para a Ferrari, o acordo representa uma oportunidade de fortalecer sua posição como fornecedora de unidades de potência. Com a saída da Sauber para a Audi em 2026, a GM/Cadillac se junta à Haas como cliente da escuderia italiana, mantendo duas equipes no grid utilizando sua tecnologia. Essa presença é estratégica para o desenvolvimento técnico da Ferrari, que se beneficia dos dados gerados por suas equipes parceiras.

Já para a GM, a parceria é o primeiro passo de uma jornada ambiciosa na Fórmula 1. Com planos de desenvolver motores próprios a partir de 2028, a montadora americana busca consolidar sua marca na categoria enquanto adquire conhecimento técnico valioso nos primeiros anos de operação.

A entrada da GM/Cadillac ocorre em um momento de ascensão da Fórmula 1 nos Estados Unidos. Eventos icônicos como os Grandes Prêmios de Miami e Las Vegas, somados ao sucesso da série Drive to Survive da Netflix, ampliaram o apelo do esporte no mercado norte-americano. A GM, com sua força no setor automotivo local, pretende aproveitar essa tendência para alavancar a popularidade da Cadillac como marca de performance.

“O crescimento da Fórmula 1 nos Estados Unidos é notável, e estamos empolgados em fazer parte desse momento histórico. Queremos contribuir não apenas com competitividade na pista, mas também com inovação e inspiração para os fãs”, destacou Mario Andretti.

Com uma base sólida garantida pela parceria com a Ferrari e ambições de desenvolvimento independente, a GM/Cadillac entra na Fórmula 1 como uma das iniciativas mais aguardadas dos últimos anos. A união de tecnologia de ponta, tradição esportiva e apelo comercial promete aquecer ainda mais a competição na categoria máxima do automobilismo mundial.

FOTO: Cadillac/Reprodução

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