“50% de chance”: Empresário revela desafios de Felipe Drugovich para garantir vaga na F1

Empresário do piloto brasileiro destaca lealdade dos patrocinadores, mas aponta a escassez de vagas como principal obstáculo

Em entrevista ao Estadão, Amir Nasr, empresário de Felipe Drugovich, expôs os desafios enfrentados pelo piloto brasileiro na busca por uma vaga como titular na Fórmula 1. Segundo Nasr, apesar do sólido apoio dos patrocinadores, a disputa acirrada por um lugar no grid tem se mostrado o maior empecilho.

Nasr mencionou a crescente competitividade no mercado de pilotos e a importância de manter negociações em sigilo para evitar complicações nas tratativas. O empresário ainda apontou a necessidade de expansão do grid da F1 como uma solução para a escassez de vagas.

Em uma recente entrevista ao Estadão, Amir Nasr, empresário do piloto brasileiro Felipe Drugovich, abordou os obstáculos enfrentados na tentativa de assegurar uma vaga de titular para seu cliente na Fórmula 1. Nasr destacou que, embora o apoio financeiro não seja um problema — “Temos até mais do que o suficiente. Temos parceiros leais, sólidos, que vão com a gente para onde for” —, a escassez de vagas no grid é o maior desafio.

“Na minha opinião, tinha que ter pelo menos 24 carros, com 12 equipes na F1. Hoje aumentou a procura por vagas”, afirmou Nasr. Ele também ressaltou a mudança no perfil dos candidatos à F1, com pilotos de diversas nacionalidades disputando cada vez mais acirradamente as poucas vagas disponíveis. “Temos, por exemplo, pilotos chineses, que não estavam no radar da F1 há cinco ou seis anos. Tem gente do mundo inteiro.”

Nasr explicou que o trabalho de relacionamento com as equipes é constante e meticuloso. “Estou em contato com todas as equipes, mas não começou agora. Isso nós vamos trabalhando o ano inteiro. Conversamos com todas as equipes, mesmo aquelas que não têm assento, vendo onde pode abrir uma porta”, disse, enfatizando a imprevisibilidade do mercado. “Você nunca sabe o futuro, né?”

O empresário também fez questão de destacar a importância do sigilo nas negociações. “Uma maneira de ter sucesso é não vazar nenhuma negociação. Se você quer estragar uma negociação, é só vazar. Tem muita gente brigando por essas vagas. Então quanto menos as pessoas souberem da sua estratégia, melhor”, alertou.

Felipe Drugovich, que venceu a Fórmula 2 em 2022 e atualmente é piloto reserva da Aston Martin na F1, além de competir na European Le Mans Series (ELMS), compartilhou sua perspectiva sobre o cenário atual. “Estive na briga ali. Sempre estivemos em contato com o pessoal da Williams. Acho que, desde que eu ganhei a Fórmula 2, sempre foi uma opção para mim e para eles também. Mas a gente nunca conseguiu chegar em um acordo”, revelou.

Drugovich também comentou sobre a recente contratação de Carlos Sainz pela Williams, uma decisão que, segundo ele, pegou muitos de surpresa. “Acho que este acerto surpreendeu a todos. Para quem vê de fora, é difícil entender uma decisão assim”, ponderou o brasileiro.

Mesmo diante de um cenário incerto, Drugovich permanece otimista, afirmando que “existe chance, sim” de ele garantir uma vaga como titular. “Talvez essa chance exista para mim e mais outros 10 pilotos”, disse, ressaltando que seu foco continua na Fórmula 1, apesar de ter experimentado recentemente a Fórmula E. “Vamos continuar focados na F1 e deixar a Fórmula E mais para o futuro.”

FOTO: Felipe Drugovich/Reprodução

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