FIA muda regras para limitar manifestações de pilotos

Alteração acontece no Código Esportivo Internacional de 2023 da entidade

A luta da Federação Internacional do Automobilismo contra as manifestações dos pilotos continua, em uma nova jogada a entidade aprovou o Código Esportivo Internacional para 2023 nesta terça-feira, dia 20, e nele foi adicionado uma regra que coíbe “posicionamentos políticos, religiosos e pessoais”.

O código rege todos os campeonatos sobre o guarda-chuva da FIA, incluindo a Fórmula 1, categoria de maior prestígio e fama de todo o esporte a motor.

Segundo o próprio artigo 12, a medida se justifica devido ao princípio de neutralidade da entidade. Mohammed ben Sulayen, presidente da entidade e ex-piloto, já havia criticado Lewis Hamilton, Sebastian Vettel e Lando Norris por se posicionarem sobre temas que vão além da competição.

O trecho do Código, que entrará em vigor no dia 1º de janeiro de 2023, determina que:

A promoção ou exibição em geral de comentários ou posicionamentos políticos, religiosos e pessoais são notavelmente uma violação do princípio geral de neutralidade promovido pela FIA sob seus estatutos, exceto quando previamente aprovado por escrito pela FIA para competições interncionais, ou por associações esportivas nacionais relevantes para competições nacionais dentro de suas jurisdições.

Pilotos de diversas equipes protestam a favor do movimento “Black Lives Matter”, antes do Grand Prix da Toscana, em setembro de 2020 (Getty Images)

A entidade já se envolveu em diversas polêmicas pelo seu princípio de neutralidade, tentando impedir manifestações por parte de pilotos. A FIA chegou a abrir uma investigação contra o heptacampeão Lewis Hamilton devido ao inglês ter usado uma camiseta com o lema “Black Lives Matter”. Após a repercussão negativa o processo foi finalizado, porém ficou proibido a utilização de qualquer roupa sem ser o macacão nas cerimônias de pódio.

“Muitas regras foram escritas pra mim ao longo dos anos, mas isso não me parou. Não me arrependo de nada. Senti que era eu seguindo meu coração, que fiz algo que nunca aconteceu na Fórmula 1 e, obviamente, eles impedirão que isso ocorra cada vez mais. As pessoas falam sobre o esporte não ser um lugar para a política. Mas é uma questão de direitos humanos”, disse Hamilton após o GP da Toscana, corrida em que venceu e quando realizou a manifestação.

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